A Bastarda de Istambul de Elif Shafak

O título deste livro atraiu-me de imediato. A capa também, devo confessá-lo. Já a leitura não se fez tão rápida quanto desejaria. Fui intercalando com outros livros e isso dispersou-me um pouco não entrando de imediato na história descrita. Nunca me passou pela cabeça largá-lo porque um mistério prendeu a minha atenção (e ainda bem que não o fiz).

Já o livro ia a meio quando a história fez sentido e se juntaram as peças todas, ou melhor, as personagens principais, Asya e Armanoush. E aí sim, a minha atenção focou-se na história com um mistério a desvendar, no meio de uma Turquia cheia de cheiros e sabores, costumes e tradições, para nós Ocidentais, um pouco estranhos e diferentes. Com uma boa dose de loucura, as personagens deste livro são maioritariamente mulheres que são ou desejam ser independentes, muito embora certos costumes as limitem e condicionem. Ficar a conhecê-los revelou-se um prazer e estimulou a minha leitura.

Através dessas duas personagens, uma Arménia e outra Turca, e tendo como pano de fundo o antigo conflito ArménioTurco (“entre 1915 e 1923 sofreu o que os historiadores consideram o primeiro genocídio do século XX, perpetrado pelo Império Otomano e negado até hoje pela República da Turquia. As mortes são estimadas em 1,5 milhão de arménios e a deportação de milhões de outros, fazendo com que a Arménia tenha uma diáspora gigantesca pelo mundo, de descendentes que fugindo das perseguições, tomaram o rumo de países como França, Estados Unidos, Argentina, Brasil, Líbano e muitos outros.”- retirado da Wikipédia) , vamos deslindando o mistério que está por detrás delas. Se bem que, no início, tenha tido alguma dificuldade em distinguir os nomes das personagens escolhidos pela autora, depois fui-me entranhando na história e gostando.

Estrelas: 4*

Sinopse

Numa tarde de chuva em Istambul, uma mulher entra num consultório médico. «Preciso de fazer um aborto», declara. Tem dezanove anos de idade e é solteira. O que acontece naquela tarde mudará para sempre a sua vida.

Vinte anos mais tarde, Asya Kazanci vive com sua família alargada em Istambul. Devido a uma misteriosa maldição que caiu sobre a família, todos os homens Kazanci morrem aos quarenta e poucos anos, e por isso é apenas uma casa de mulheres. Entre estas destaca-se a bela e rebelde mãe de Asya, Zeliha, que dirige um estúdio de tatuagens; Banu, que recentemente descobriu que é vidente; Feride, uma hipocondríaca obcecada com a iminência da tragédia.

Quando a prima de Asya, Armanoush, uma arménio-americana, vem para ficar, segredos de família há muito tempo escondidos, relacionados com o passado tumultuoso da Turquia, começam a ser revelados.

 

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